*Bruno Goularte
Eu vejo como argolas.
Argolas a serem eliminadas com o meu trabalho.
Muitas vezes vejo essas argolas durante os atendimentos.
Argolas apertando e bloqueando fluxos nas malhas dos meus clientes.
Já vi em mim também (ao me atender).
Fui aprendendo que essas argolas são bloqueios energéticos que surgem de pequenas armadilhas.
Pequenas armadilhas que armamos para nós mesmos quando não respeitamos o nosso sentir.
E isso faz com que a energia vibre menos por nossas malhas e impeça nosso fluxo de fluir tão bem como poderia.
O que pode ocasionar doenças, estagnação, dificuldades desnecessárias na saúde e na vida.
Ver isso em tanta gente, afetando cada indivíduo das mais diversas maneiras, só fez com que eu me abrisse mais para a importância de me conectar ao sentir.
Esse “conectar ao sentir” muitas vezes é mal-compreendido, ou romantizado, ou mistificado.
Dessa forma, esse “conectar ao sentir” pode soar boboca tanto como soar impossível.
Conectar ao sentir nada mais é do que permanecer em um núcleo seu, e não nas bordas.
As bordas são cheias de pensamentos, crenças, ondulações, frequências, emoções, registros, informações, energias densas, energias sutis.
O núcleo está independente disso.
O núcleo, que é só uma figura de linguagem aqui, permanece o mesmo estando seu corpo gripado ou saudável, estando seus pensamentos agitados ou tranquilos, estando você, como pessoa física, correndo ou deitada, em casa ou em um avião, em Macaé ou no Japão, no centro de São Paulo ou no meio da selva, presa em um engarrafamento ou meditando no alto de uma montanha.
O núcleo não viaja.
O núcleo não adoece.
O núcleo está sempre em movimento, mas está sempre no mesmo lugar, maior que o resto do mundo, alheio aos movimentos do mundo, por mais que seus pensamentos, seu corpo, suas emoções estejam se descabelando por conta dos movimentos do mundo.
Se conectar ao sentir é lembrar do núcleo. Lembrar que você é ele também. Que você pode voltar para ele e assim descartar toda e qualquer crença que esteja lhe atazanando.
Esqueça a balela de que isso precisa de prática.
De que você precisa ser evoluído para isso.
Isso é uma baboseira. Uma enganação.
O que é alguém evoluído?
Que piada!
Como dizia um professor, o câncer também evolui.
Eu gosto disso.
O câncer evolui, você não.
O núcleo não.
Lembre-se dele, cada vez mais. - Como eu me conecto ao meu sentir? - Simples. Lembre-se de se conectar ao seu sentir.
Tente. Talvez funcione para você. Funciona para mim quando me vejo desconectado ou escravo de algum impulso ou medo. - Tá, mas como se conecta, pô! De novo. Lembre-se. Lembre-se que é possível. Lembre-se que você pode se voltar a ele agora. Lembre-se. Queira! Queira se conectar ao núcleo. - De que jeito eu vou me conectar quando quiser me conectar? O jeito que eu me conecto com meu sentir, que eu me volto para o núcleo, provavelmente, não é o seu jeito.
A gente não escreve do mesmo jeito, com a mesma letra.
Não se expressa do mesmo jeito.
Não corta uma cebola do mesmo jeito.
Por que se voltaria ao núcleo do mesmo jeito?
Encontre o seu jeito.
Dê esse comando.
Quero me voltar ao meu núcleo.
Quero me conectar ao meu sentir.
Veja o que acontece.
Sinta a chave girando.
Ela gira, pô!
Eu conversei muito sobre ronco nesse último mês.
Sim. Não é uma mudança brusca de assunto. Eu acabei tendo muitas conversas sobre roncar. Foi por acaso.
Frequentei um casal de amigos que andou dormindo em quartos separados por conta do ronco de um.
Encontrei um outro casal que também estava falando sobre a dificuldade de dormir com o ronco do outro.
E um outro amigo me disse que liga um ventilador barulhento para conseguir dormir com os roncos da sua cachorra velha, fofa e gordita. “Pelo menos o barulho do ventilador é constante, abafa os roncos dela, que se alteram, são infrequentes".
Eu lembro de uma amiga que disse uma vez que adorava ouvir o namorado dela roncar. Para ela, isso era sinal de que ele estava dormindo profundo. O cara era ansioso, trabalhava muito, e saber que ele pelo menos naquele momento estava descansando acalmava sua amada e ela dormia tranquila depois disso, sendo inclusive embalada por aquele ronco.
Eu gosto de lembrar disso. Ela ressignificou o ronco. Achou outra crença para ele. Que era bom. Era como uma canção de ninar para ela por conta da história que ela criou para aquele ronco dentro da cabeça dela. Ela não se incomodava com os roncos. Talvez, se fosse um namorado que ela não amasse tanto, ou que roncasse porque bebia demais, sei lá, ela se incomodasse, a história seria outra.
É um bom exemplo de como em muitos casos somos mais suscetíveis aos nossos julgamentos do que ao ambiente em si.
E se você voltar ao núcleo, bem, lá não é o cérebro, não é o território das crenças, lá você não precisa nem criar história. Você se voltou para ele. Você lembrou que ele existe. Você quis. Você encontrou o que julga ser o seu sentir. Você quis ficar. Muita gente não quer. Prefere ter algo para reclamar, alguma cença para se agarrar, para ser vítima, para justificar qualquer comportamento que seja. Mas você quis. Você está ali. Fluindo com o núcleo. Você não dá bola para o que os pensamentos dizem. E então você não sofre da substância que os pensamentos e as crenças e as histórias que elas contam lhe trazem.
Você se conecta ao sentir. E você ganha energia. E tudo que chega no núcleo quando você está lembrando de se voltar ao núcleo é energia.
De novo, você não precisa ser evoluído. Não precisa meditar por horas. Não precisa mudar violentamente o que move a sua alma. Você só precisa girar a chave. Lembrar que, quando no núcleo, quando conectado ao sentir, você saberá o que fazer, você se guiará para as melhores decisões e para o desinteresse total ao que os pensamentos sabotadores estão lhe trazendo. Às vezes tudo que você precisa é insistir que prefere o núcleo do que as bordas. E insistir. E insistir. E você tá conectada(o) com algo que é seu e funciona independente do resto. Você tá conectada(o) com o seu sentir. E o resto, aos poucos, vai se encaixando. Vai descansando. Descomprimindo. E você tem força enfim para atrair o que há de melhor no momento.
Para mim, o trabalho maior é lembrar que temos esse refúgio. Não esquecer de lembrar do refúgio. E quando esquecer, voltar a lembrar. E assim vamos conhecendo o nosso refúgio interior à nossa maneira. E assim vamos nos conhecendo também.
*Esses textos não correspondem a nenhuma opinião do site em si, são apenas conjecturas particulares baseadas em percepções sobre as Sessões do Caminho e o que absorvo no meu dia a dia, sem visar nenhum ponto final
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Outro texto maravilhoso! Sempre falo desse núcleo tbm. Escrevi um poema sobre isso. Eu o comparo a uma pedra no leito do rio, pq independente de água turva, correnteza, animais, troncos de árvore, temperatura da água, a pedra está sempre ali quieta e presente.